São cada vez mais as vozes que salientam a necessidade de Portugal compreender a necessidade de pensar antes de agir.
Nestes malfadados dias discorrem duas doutrinas no discurso e acção política. - O desespero de se agir rapidamente sem pensar e para o imediatismo, e a paralisia de não saber o que se fazer.
Todos, honestamente, temos, ou deveríamos ter, as maiores dúvidas, senão mesmo as maiores reservas e até sentir um profundo repúdio e irritação, quanto à alienação dos activos portugueses e à sua dispersão descontrolada e pouco pensada numa perspectiva de venda aleatória junto de quem tiver dinheiro para nos manter o ritmo deste tipo adulterado de democracia. Uma Democracia, na prática, distante do homem comum, (ao nível da eficiência do exercício da cidadania e opinião), mas tão próxima do seu bolso.
Tenho as maiores dúvidas que Portugal encontre soluções com futuro e valor acrescentado junto de países que, ou não têm e não acreditam num modelo social, ou são puras e ferozes ditaduras com os bolsos forrados de dinheiro proveniente dos maiores e mais terríveis atropelos às mais fundamentais dignidades humanas.
Creio que a Social-Democracia portuguesa não se poderá rever no estabelecimento de parcerias fundamentais com países que não acreditam nos direitos humanos ou pura e simplesmente suprimem todo o tipo de liberdades e de expressão individual e colectiva. Serão estes os nossos parceiros naturais? Creio que não. Será esta a Europa que desejamos para os nossos filhos? Certamente que não. Será este o modelo final do caminho da civilização? Não!
Creio que os nossos aliados de valores, em principio países e nações que pugnam por um modelo civilizacional onde o homem tenha um lugar e um papel na construção de um futuro mais credível, acompanhem com preocupação e até desdém as "alianças" estratégicas Portuguesas com a Venezuela, Líbia, Argélia e agora com uma China, que só beneficiou da OMC mas nunca usou o seu crescimento económico em favor da melhoria das condições humanas de milhões de chineses que morrem a trabalhar na maior miséria e a troco de uma taça de arroz. Será este o futuro paradigma da organização mundial do trabalho no contexto da Globalização? É isto que desejamos para os nossos filhos? Sejamos honestos!
Os responsáveis do Portugal democrático, certamente por desespero e angústia, têm encontrado, neste países pouco democráticos e nada humanistas, parceiros basilares para o nosso país que foi, lembro oportunamente, o primeiro a suprimir a escravatura pela mão do saudoso Marquês de Pombal, homem de calibre e inteligência também saudosa; lembro um Portugal que se livrou da ditadura depois de ter coragem para negar as injustiças desse regime; lembro um Portugal que assinou a carta dos direitos humanos e agora, no interesse dos valores fundadores da ONU, é membro do conselho de segurança dessa mesma ONU. Mas parece que este presente - direi envenenado, talvez - dita mais que o futuro de todos. O actual Portugal político age mais uma vez sem pensar!
Este retrocesso comportamental, intelectual e civilizacional resume-se à urgente necessidade de resolver e adiar o actual aperto financeiro, encontrando financiadores para o nosso modelo irresponsável de democracia suspensa … A responsabilização criminal dos actos danosos deve ser uma prioridade das actuais gerações cívicas e não pode encontrar o espanto ou a indignação por quem está na vida política e é seu actor e decisor. Quem pensa em favor de Portugal e age em seu favor não terá de ter receio.
A Europa,
A CECA, a CEE e a UE, evoluções gradativas de um sonho bonito depois do inimaginável pesadelo que foi a II Guerra Mundial, baseou
a sua existência e consolidação na memória do apocalipse de duas guerras mundiais avassaladoras para a humanidade e para a economia. Assumiu-se como um caminho e um projecto capaz de garantir um apaziguamento geopolítico e geo-estratégico intra-europeu baseado na criação de sólidos laços económicos entre os anteriores beligerantes.
Este sucesso pôde dar à Europa 65 anos de ausência de guerras e de cooperação europeia bem como prosperidade e protecção social e solidariedade geracional. Convém relembrar que nunca a história da Europa teve um período de tempo tão longo e consecutivo de paz generalizada. Estaremos conscientemente disponíveis para voltar à geopolitica e geo-estratégia pura sem qualquer solidariedade entre os europeus? O desmembramento deste sonho e desta união não interessa aos europeus e muito menos à próxima geração de jovens.
E quanto a Portugal?
O trinómio capital, trabalho e inovação deveriam ser objecto de um pacto de regime alargado, sério e direccionado para o futuro.
Porque não se age em favor de um pacto de regime económico e social, baseado num plano de fomento a 7 ou a mais anos, apostado na valorização industrial pesada e aproveitando os abundantes recursos do país, a saber: o mar - seus recursos e seus portos - o sol, a nossa genialidade e a nossa localização estratégica?
Não deveríamos ter a coragem também regulamentar e obrigar os lucros gerados pela actividade económica a ser investidos na economia? Não deveríamos limitar o acesso ao "casino" das rentabilidades financeiras dos mercados de capitais a "menores" irresponsáveis e gananciosos? Não deveríamos obrigar os resultados das empresas, traduzidos por lucros, ao reinvestimento na economia e no consequente aumento de postos de trabalho ao invés de se esfumarem nos voláteis mercados de capitais? Talvez não fossem necessários tantos impostos.
A Europa também tem de dizer o que quer ser, pois esta situação de ausência de rumo e de desprotecção em relação aos predadores não é boa para ninguém.
Quando assumiremos, entre todos, e como plano de acção, o combate à economia clandestina que é o mais gravoso problema para a viabilidade de um Portugal entre as nações contrariando esta real ideia de um Portugal presa impotente e violada dos especuladores e predadores internacionais?
Todos temos de encontrar a força e a inteligência para não ceder à tentação de trazer cavalos de Tróia para dentro de Portugal e para dentro da Europa a troco de esmolas e cedências civilizacionais.
Esta imensa crise tem solução. Basta que injectemos mais Valores, (aqueles, por exemplo, que ensinamos em boa consciência aos nossos filhos) nas relações humanas e não apenas dinheiro que, como se tem visto, é sempre insuficiente e deficitário!
José Rui Pires
Vice-Presidente do Secretariado Distrital de Leiria.
Nestes malfadados dias discorrem duas doutrinas no discurso e acção política. - O desespero de se agir rapidamente sem pensar e para o imediatismo, e a paralisia de não saber o que se fazer.
Todos, honestamente, temos, ou deveríamos ter, as maiores dúvidas, senão mesmo as maiores reservas e até sentir um profundo repúdio e irritação, quanto à alienação dos activos portugueses e à sua dispersão descontrolada e pouco pensada numa perspectiva de venda aleatória junto de quem tiver dinheiro para nos manter o ritmo deste tipo adulterado de democracia. Uma Democracia, na prática, distante do homem comum, (ao nível da eficiência do exercício da cidadania e opinião), mas tão próxima do seu bolso.
Tenho as maiores dúvidas que Portugal encontre soluções com futuro e valor acrescentado junto de países que, ou não têm e não acreditam num modelo social, ou são puras e ferozes ditaduras com os bolsos forrados de dinheiro proveniente dos maiores e mais terríveis atropelos às mais fundamentais dignidades humanas.
Creio que a Social-Democracia portuguesa não se poderá rever no estabelecimento de parcerias fundamentais com países que não acreditam nos direitos humanos ou pura e simplesmente suprimem todo o tipo de liberdades e de expressão individual e colectiva. Serão estes os nossos parceiros naturais? Creio que não. Será esta a Europa que desejamos para os nossos filhos? Certamente que não. Será este o modelo final do caminho da civilização? Não!
Creio que os nossos aliados de valores, em principio países e nações que pugnam por um modelo civilizacional onde o homem tenha um lugar e um papel na construção de um futuro mais credível, acompanhem com preocupação e até desdém as "alianças" estratégicas Portuguesas com a Venezuela, Líbia, Argélia e agora com uma China, que só beneficiou da OMC mas nunca usou o seu crescimento económico em favor da melhoria das condições humanas de milhões de chineses que morrem a trabalhar na maior miséria e a troco de uma taça de arroz. Será este o futuro paradigma da organização mundial do trabalho no contexto da Globalização? É isto que desejamos para os nossos filhos? Sejamos honestos!
Os responsáveis do Portugal democrático, certamente por desespero e angústia, têm encontrado, neste países pouco democráticos e nada humanistas, parceiros basilares para o nosso país que foi, lembro oportunamente, o primeiro a suprimir a escravatura pela mão do saudoso Marquês de Pombal, homem de calibre e inteligência também saudosa; lembro um Portugal que se livrou da ditadura depois de ter coragem para negar as injustiças desse regime; lembro um Portugal que assinou a carta dos direitos humanos e agora, no interesse dos valores fundadores da ONU, é membro do conselho de segurança dessa mesma ONU. Mas parece que este presente - direi envenenado, talvez - dita mais que o futuro de todos. O actual Portugal político age mais uma vez sem pensar!
Este retrocesso comportamental, intelectual e civilizacional resume-se à urgente necessidade de resolver e adiar o actual aperto financeiro, encontrando financiadores para o nosso modelo irresponsável de democracia suspensa … A responsabilização criminal dos actos danosos deve ser uma prioridade das actuais gerações cívicas e não pode encontrar o espanto ou a indignação por quem está na vida política e é seu actor e decisor. Quem pensa em favor de Portugal e age em seu favor não terá de ter receio.
A Europa,
A CECA, a CEE e a UE, evoluções gradativas de um sonho bonito depois do inimaginável pesadelo que foi a II Guerra Mundial, baseou
a sua existência e consolidação na memória do apocalipse de duas guerras mundiais avassaladoras para a humanidade e para a economia. Assumiu-se como um caminho e um projecto capaz de garantir um apaziguamento geopolítico e geo-estratégico intra-europeu baseado na criação de sólidos laços económicos entre os anteriores beligerantes.
Este sucesso pôde dar à Europa 65 anos de ausência de guerras e de cooperação europeia bem como prosperidade e protecção social e solidariedade geracional. Convém relembrar que nunca a história da Europa teve um período de tempo tão longo e consecutivo de paz generalizada. Estaremos conscientemente disponíveis para voltar à geopolitica e geo-estratégia pura sem qualquer solidariedade entre os europeus? O desmembramento deste sonho e desta união não interessa aos europeus e muito menos à próxima geração de jovens.
E quanto a Portugal?
O trinómio capital, trabalho e inovação deveriam ser objecto de um pacto de regime alargado, sério e direccionado para o futuro.
Porque não se age em favor de um pacto de regime económico e social, baseado num plano de fomento a 7 ou a mais anos, apostado na valorização industrial pesada e aproveitando os abundantes recursos do país, a saber: o mar - seus recursos e seus portos - o sol, a nossa genialidade e a nossa localização estratégica?
Não deveríamos ter a coragem também regulamentar e obrigar os lucros gerados pela actividade económica a ser investidos na economia? Não deveríamos limitar o acesso ao "casino" das rentabilidades financeiras dos mercados de capitais a "menores" irresponsáveis e gananciosos? Não deveríamos obrigar os resultados das empresas, traduzidos por lucros, ao reinvestimento na economia e no consequente aumento de postos de trabalho ao invés de se esfumarem nos voláteis mercados de capitais? Talvez não fossem necessários tantos impostos.
A Europa também tem de dizer o que quer ser, pois esta situação de ausência de rumo e de desprotecção em relação aos predadores não é boa para ninguém.
Quando assumiremos, entre todos, e como plano de acção, o combate à economia clandestina que é o mais gravoso problema para a viabilidade de um Portugal entre as nações contrariando esta real ideia de um Portugal presa impotente e violada dos especuladores e predadores internacionais?
Todos temos de encontrar a força e a inteligência para não ceder à tentação de trazer cavalos de Tróia para dentro de Portugal e para dentro da Europa a troco de esmolas e cedências civilizacionais.
Esta imensa crise tem solução. Basta que injectemos mais Valores, (aqueles, por exemplo, que ensinamos em boa consciência aos nossos filhos) nas relações humanas e não apenas dinheiro que, como se tem visto, é sempre insuficiente e deficitário!
José Rui Pires
Vice-Presidente do Secretariado Distrital de Leiria.