O governo acaba de anunciar um conjunto de medidas de brutal austeridade que têm por alvo os trabalhadores, as famílias e as empresas.
Em Maio passado, o governo afirmava que as medidas adicionais ao PEC eram suficientes para garantir a Portugal o cumprimento do compromisso que havia assumido com Bruxelas, tendo afastado qualquer hipótese de redução salarial.
Ainda há um mês o Primeiro Ministro afirmava na Assembleia da República que todos os dados da execução orçamental apontavam para concretizar esse objectivo.
De repente, e depois do Primeiro Ministro ter afirmado que bateria com a porta se o seu Orçamento de Estado 2011 não fosse aprovado, vem apresentar um pacote de medidas que contrariam tudo quanto tem vindo a declarar e cuja dureza deixa em estado de choque milhões de portugueses.
Para além do descontrolo das contas públicas, esta falta de verdade e de credibilidade do governo é o maior problema com que Portugal se confronta.
Por mais branqueamento que o marketing e a propaganda oficial tentem fazer da acção desorientada e desastrosa do governo, os factos estão aí a demonstrar que o governo de Sócrates não é a resposta para os problemas do País mas, infelizmente, é uma das causas graves desses mesmos problemas.
Em bom rigor, Sócrates não devia ser Primeiro Ministro, porque ganhou as eleições há um ano na base de uma realidade fraudulenta, montada com a conivência dos grandes interesses económicos e dos fazedores de opinião sustentados pelos interesses financeiros do poder.
Hoje, os portugueses estão a sentir a diferença entre a verdade e a integridade da alternativa social democrata e a manipulação e a desonestidade política de José Sócrates.
As medidas agora anunciadas, vão contra todas as promessas de Sócrates, e são apresentadas por razões que o governo, melhor do que ninguém, conhecia. E o governo sabia que as medidas que estava a tomar não eram as mais adequadas e equilibradas para defender os interesses do País e poupar os portugueses a medidas draconianas como as agora divulgadas.
Os trabalhadores da Função Pública são, uma vez mais, os eleitos para pagarem as malfeitorias da governação. Mas todos os portugueses vão ser afectados e os efeitos do aumento dos impostos vão atingir a generalidade da população. A economia vai ressentir-se, com previsível estagnação ou recessão, o desemprego vai continuar a disparar, o poder de compra dos portugueses é diminuído, a tensão social vai aumentar, a criminalidade vai conhecer novas manifestações.
E, pior do que tudo, os portugueses, de sacrifício em sacrifício, não vislumbram um raio de esperança que lhes permita sonhar com um futuro melhor. Porque, o actual governo não inspira confiança nem os mobiliza. Não há uma palavra de combate à economia paralela, não há uma linha de orientação para relançar a produção, para fomentar as exportações, para apostar em sectores nacionais que atenuem a nossa dependência externa, para criar riqueza e para gerar emprego.
É neste quadro que os TSD manifestam a sua indignação com as medidas anunciadas pelo governo. Medidas todas elas marcadas pelo lado negativo – cortar salários e benefícios sociais e agravar os impostos.
Pelo que os TSD estão solidários com todas as medidas que as organizações representativas dos trabalhadores adoptarem para expressarem a sua indignação.