quinta-feira, 3 de março de 2011

TSD COMOVIDOS COM A FORTE SENSIBILIDADE SOCIAL DO DR. VALTER LEMOS, SECRETÁRIO DE ESTADO DO EMPREGO


COMUNICADO
As sucessivas intervenções públicas do Senhor Secretário de Estado do Emprego, Valter Lemos, constituem peças de retórica inenarráveis e seriam apenas risíveis se não fossem proferidas por um membro do Governo e responsável pelo Emprego.

As duas mais recentes dizem respeito, por um lado, ao facto de 12 mil portugueses desempregados terem perdido o direito ao subsídio de desemprego e, por outro, à “estabilização dos números” relativos à taxa de desemprego de acordo com a sua peculiar interpretação das estatísticas do Eurostat.

No primeiro caso, a insensibilidade social gritante do Dr. Valter é algo comovente já que demonstra que, cidadãos deste país, ainda por cima socialmente fragilizados, são tratados como números e menosprezados por alguém, que pelas altas funções que desempenha, deveria ser o primeiro a defende-los. Ficamos esclarecidos que, para tão distinto governante, o facto de 12 mil portugueses perderem o único recurso financeiro que lhe permitia fazer face às dificuldades de não ter emprego nem salário, nas suas próprias palavras, apenas “traduz o bom funcionamento do sistema”.

Recordemos que, o Dr. Valter Lemos, já no governo anterior desempenhava as funções de Secretário de Estado da Educação e, em conjunto com a Dra. Maria de Lurdes Rodrigues, deixou junto dos professores a imagem de alguém que sempre manifestou uma gritante e escandalosa insensibilidade para as questões sócio-laborais e para a própria dignidade profissional da classe docente e que esteve na origem de uma autêntica revolta nas escolas portuguesas.

No segundo caso, as declarações do Sr. Secretário de Estado, perante um número record de desemprego em Portugal – 11,2%, vêm na sequência de um conjunto de muitas outras, proferidas após serem conhecidas estatísticas que, invariavelmente, agravam a taxa de desemprego. Nestas declarações, tal como nas anteriores, procura desvalorizar aquele que é o principal flagelo social que afecta Portugal como resultado da calamitosa situação financeira a que os governos do Partido Socialista nos conduziram.
Perante a crueza dos números, estas declarações, tais como as anteriores, demonstram que, o referido governante, está perfeitamente descolado da realidade e levam-nos, inevitavelmente, a compará-lo ao senhor Mohammed Saeed al-Sahhaf, o ditoso ministro da propaganda de Saddam Hussein em 2003 e os seus inesquecíveis briefings irrealistas perante os jornalistas e que todos recordamos com “imensa saudade”.

A bem da credibilidade da governação seria avisado que a tutela ou o próprio primeiro-ministro lhe recomendasse contenção verbal.

Lisboa, 3 de Março de 2011
Pelo Secretariado Nacional

Pedro Roque
Secretário-Geral